{"id":2959,"date":"2019-06-25T09:45:52","date_gmt":"2019-06-25T12:45:52","guid":{"rendered":"https:\/\/blogsakura.com.br\/?p=2959"},"modified":"2019-06-25T09:45:53","modified_gmt":"2019-06-25T12:45:53","slug":"soba-comida-japonesa-que-e-tradicao-em-campo-grande","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blogsakura.com.br\/soba-comida-japonesa-que-e-tradicao-em-campo-grande\/","title":{"rendered":"Soba \u2013 comida japonesa que \u00e9 tradi\u00e7\u00e3o em Campo Grande"},"content":{"rendered":"\n

Quem visita a Feira Cultural da capital do Mato Grosso do Sul depara-se com uma estrutura de 4,5 metros de altura que homenageia o maior s\u00edmbolo gastron\u00f4mico da regi\u00e3o: uma magistral tigela de soba!<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/figure>\n\n\n\n

\u00c9 dif\u00edcil imaginar que uma das iguarias de maior sucesso da\nregi\u00e3o Centro-Oeste brasileira tenha qualquer liga\u00e7\u00e3o com o budismo ou com a imigra\u00e7\u00e3o\njaponesa, n\u00e3o \u00e9? Mas foram estes os fatores que trouxeram o soba at\u00e9 Campo\nGrande!<\/p>\n\n\n\n

Imigrantes japoneses\nencontraram no Brasil moradia, seguran\u00e7a e trabalho e trouxeram consigo tra\u00e7os\nda cultura asi\u00e1tica, fortemente influenciada pela religi\u00e3o budista. Um dos\npratos favoritos deste povo conquistou o nosso paladar e dominou a cultura\nlocal, transformando-se em um verdadeiro patrim\u00f4nio.<\/p>\n\n\n\n

Origem budista
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A hist\u00f3ria come\u00e7a l\u00e1 atr\u00e1s, no s\u00e9culo II, quando monges e monjas budistas viajaram pela \u00c1sia levando seus princ\u00edpios, cren\u00e7as e costumes. Entre eles estava o consumo de ingredientes indianos e chineses de origem vegetal, como o trigo sarraceno \u2013 em japon\u00eas, \u201csoba\u201d \u2013, que, misturado a outros cereais sovados em \u00e1gua, era a base de uma sopa.<\/p>\n\n\n\n

Delicioso e nutritivo, este\nprato atraiu uma multid\u00e3o de apreciadores quando chegou ao Jap\u00e3o por volta do\nano 552. Vendido inicialmente nos pr\u00f3prios templos budistas, depois invadindo\nas cozinhas residenciais e, por fim, sendo feito e vendido por ambulantes em\ncestas chamadas de \u201cfuri-uri\u201d, que anunciavam sua chegada com sinos pelas ruas\ne centros comerciais, o soba ganhou o reconhecimento de historiadores como o\nprimeiro fast-food.<\/p>\n\n\n\n

Imigra\u00e7\u00e3o japonesa
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Quando imigrantes estrangeiros vinham ao Brasil no in\u00edcio do s\u00e9culo XX, encontravam um pa\u00eds que recentemente abolira a escravid\u00e3o e patr\u00f5es em busca de m\u00e3o de obra barata. Estabelecendo-se aqui em troca de trabalho e moradia, foram eles que nos presentearam com grande parte do subs\u00eddio cultural que viria a ser parte da nossa pr\u00f3pria nacionalidade.<\/p>\n\n\n\n

Em 1908 os nativos da ilha\njaponesa Okinawa chegaram \u00e0 cidade de Campo Grande e, com eles, uma tigela\nsuculenta, nutritiva e deliciosa de sopa!<\/p>\n\n\n\n

O prato
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Apesar de \u201csoba\u201d ser a palavra japonesa que significa trigo sarraceno, este acabou sendo o termo usado para massas orientais no geral, como, por exemplo, o yakisoba, e tamb\u00e9m o nome do prato saboreado normalmente da seguinte forma: macarr\u00e3o japon\u00eas com carne su\u00edna, gengibre, cebolinha, cheiro-verde, saqu\u00ea-mirin, shoyu e, claro, bastante caldo.<\/p>\n\n\n\n

Reza a lenda que a massa do\nsoba era usada para recolher ouro e, por isso, atrairia riqueza. Outros\nacreditavam que sua elasticidade e resist\u00eancia s\u00e3o s\u00edmbolo de vida longa.\nQualquer que seja a cren\u00e7a, essa mistura deliciosa de ingredientes faz parte de\ntr\u00eas tradi\u00e7\u00f5es fofas no Jap\u00e3o: a de comer soba na v\u00e9spera de ano-novo\n(omisokasoba), na passagem do ano (toshikoshisoba) e presente\u00e1-lo a um novo\nvizinho (hikkoshisoba).<\/p>\n\n\n\n

E o sucesso vai al\u00e9m do sabor:\ncom alto teor de nutrientes \u2013 rico em prote\u00edna e vitaminas B1 e B2 \u2013, o soba \u00e9\num prato que ajuda a fortalecer as veias capilares, a ativar as fun\u00e7\u00f5es do\np\u00e2ncreas, reduzir o a\u00e7\u00facar no sangue e combater a press\u00e3o alta. N\u00e3o \u00e9 \u00e0 toa que\nOkinawa tem a fama de abrigar o maior n\u00famero de idosos centen\u00e1rios do mundo!<\/p>\n\n\n\n

Sucesso nacional
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Quem j\u00e1 provou esta iguaria na cidade de Campo Grande, deve ter balan\u00e7ado a cabe\u00e7a em desaprova\u00e7\u00e3o ao ler alguns itens acima. Aqui, virou costume preparar a massa com farinha branca no lugar de trigo sarraceno e com carne bovina (ou at\u00e9 mesmo de frango) ao inv\u00e9s de su\u00edna.<\/p>\n\n\n\n

E vale a pena prestar aten\u00e7\u00e3o\nao preparo sul-mato-grossense: h\u00e1 barracas da Feira Central de Campo Grande que\nvendem 100 sobas por dia! A popula\u00e7\u00e3o se apaixonou de tal maneira que inclusive\ntombou o soba como Patrim\u00f4nio Cultural Imaterial e o elegeu como prato t\u00edpico\nda cidade, derrotando o espetinho e o arroz de carreteiro.<\/p>\n\n\n\n

A emissora japonesa Ryukyu\npercebeu que a galera de Campo Grande n\u00e3o estava de brincadeira e fez uma\nreportagem exclusiva sobre a feira, mostrando como os okinawenses desenvolveram\nsua cultura aqui e apreciando que, mesmo dando nosso jeitinho brasileiro com\ncarne de boi, garfo e faca, o soba atravessou o mundo e deu caldo!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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