<\/figure>\n\n\n\nSucesso no mundo todo, o lamen \u00e9 a tradi\u00e7\u00e3o da culin\u00e1ria asi\u00e1tica que agora \u00e9 sensa\u00e7\u00e3o no Brasil. Em pouco tempo, a moda deu caldo em cidades como S\u00e3o Paulo e in\u00fameras casas especializadas abriram as portas para servir diariamente uma legi\u00e3o de f\u00e3s deste famoso macarr\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Engana-se quem acha que o lamen \u00e9 feito com a mesma facilidade que os macarr\u00f5es instant\u00e2neos do mercado. O caldo perfumado com peda\u00e7os de carne, vegetais, alga e ovo cozido por cima pode levar at\u00e9 tr\u00eas dias para ficar pronto, mas a espera vale a pena. Com produ\u00e7\u00e3o de baixo custo, alto potencial nutritivo e sabor marcante, n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil entender por que o sucesso desta iguaria foi inevit\u00e1vel.<\/p>\n\n\n\n
Origem<\/h2>\n\n\n\n Hoje um prato tradicional do Jap\u00e3o, tudo come\u00e7ou com o preparo de uma massa simples de trigo embebida em caldo que teve origem chinesa por volta do s\u00e9culo XIX. O status popular do lamen em terras nip\u00f4nicas finalmente teve seu estouro na d\u00e9cada de 50.<\/p>\n\n\n\n
Depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos estabeleceram uma s\u00e9rie de acordos propondo ajudar o Jap\u00e3o a reerguer-se economicamente, como a troca ou compra de alimentos. A dieta b\u00e1sica dos japoneses foi fortemente influenciada, eliminando o protagonismo do arroz e incluindo ingredientes americanos, dentre eles o trigo. Em 1956 o Jap\u00e3o importou 1,28 milh\u00e3o de toneladas; em 74, foram 3,24 milh\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n
Era preciso achar uma finalidade para essa enorme quantidade e foi assim que a produ\u00e7\u00e3o de massas \u00e0 base de farinha de trigo cresceu. Literalmente traduzido como \u201cmacarr\u00e3o de puxar\u201d, o lamen foi produzido em diferentes varia\u00e7\u00f5es de corte e espessura, como futomen, hosomen, tyumen e tyo-futomen. Usando bastante \u00e1gua para fazer uma emuls\u00e3o de legumes, p\u00e9s e carca\u00e7a de galinha e outros ingredientes de baixo custo, os japoneses conseguiram desenvolver um caldo rico em sabor e saudabilidade, deixando a massa mais gostosa e consagrando o lamen como um cl\u00e1ssico da culin\u00e1ria japonesa. Hoje as redes de restaurantes especializadas em lamen em Tokyo somam aproximadamente 4 mil contra, por exemplo, 440 unidades de McDonald\u2019s.<\/p>\n\n\n\n
Recentemente a moda deu caldo aqui no Brasil. Cidades como S\u00e3o Paulo viraram local de in\u00fameros restaurantes que abriram as portas em um pouco tempo para servir uma legi\u00e3o de apreciadores da iguaria diariamente.<\/p>\n\n\n\n
Ingredientes<\/h2>\n\n\n\n A deliciosa e arom\u00e1tica mistura de carnes e vegetais fazia sucesso e ganhava personalidade por onde passava, com diferentes modalidades de caldos e preparos que caracterizavam o prato final.<\/p>\n\n\n\n
Ferver os ingredientes a altas temperaturas resulta em uma emuls\u00e3o que mistura l\u00edquidos emiss\u00edveis, como a \u00e1gua e o \u00f3leo, extra\u00eddos principalmente de ossos de carne su\u00edna, que liberam gordura e col\u00e1geno. O resultado \u00e9 uma \u00e1gua com mais gordura dilu\u00edda, mais sabor, textura cremosa e aspecto turvo. No Jap\u00e3o, o caldo recebe o nome de \u201ckotteri\u201d, adaptado do nome chin\u00eas \u201cpaitan\u201d, que significa \u201csopa branca\u201d.<\/p>\n\n\n\n
J\u00e1 a fervura em temperaturas mais baixas permite que a gordura separe-se do restante do caldo e solidifique, podendo ser removida do prato ou mantida para dar mais sabor. Este preparo pode ser feito dando prefer\u00eancia \u00e0 carne de frango, que destaca mais o umami no paladar do que a carne su\u00edna, e \u00e9 chamado de \u201cassari\u201d (Jap\u00e3o) ou \u201cchintan\u201d (China), traduzidos como \u201csopa clara\u201d.<\/p>\n\n\n\n
O toque final fica por conta do cozinheiro, variando com barriga de porco, broto de feij\u00e3o e kamaboko (massa de peixe prensada) ou seguir o mais tradicional e temperar com shoyu, miss\u00f4 e sal, colocando folhas de alga inteiras ou picadas \u2013 as mesmas que voc\u00ea usa para fazer temaki \u2013 e um ovo cozido partido ao meio por cima.<\/p>\n\n\n\n
Ritual da refei\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n Agora que voc\u00ea j\u00e1 aprendeu como funciona o preparo desse \u00edcone da culin\u00e1ria asi\u00e1tica, chegou a hora de saber o jeitinho certo de saborear! Isso mesmo: h\u00e1 um ritual sagrado de degusta\u00e7\u00e3o do lamen, que, inclusive, aparece em quadros e menus de restaurantes.<\/p>\n\n\n\n
Assim que a tigela ficar pronta, aprecie o aroma do caldo e experimente-o com uma colher. Reza a lenda que ele \u00e9 a alma do lamen e, sabendo de todo o processo dos ingredientes at\u00e9 chegar ali, reservar esse momento antes de devorar n\u00e3o custa nada!<\/p>\n\n\n\n
Feito isso, coloque os talheres e a vergonha de lado para arriscar-se no hashi. Mesmo se n\u00e3o tiver a pr\u00e1tica, eles completam o pacote de tradi\u00e7\u00f5es orientais e o aprendizado ainda pode deixar a refei\u00e7\u00e3o mais divertida. Aproveite para comer a massa antes que ela esfrie ou cozinhe al\u00e9m do necess\u00e1rio no caldo. Lembra de tudo que nossos pais ensinaram sobre comer sopa e macarr\u00e3o? Pode esquecer, sugar a massa fazendo barulho e chupar o caldo com uma colher ou direto da tigela. Quanto mais barulho e sujeira, melhor! Os japoneses t\u00eam o h\u00e1bito de sorvar tanto o macarr\u00e3o quanto o caldo e voc\u00ea n\u00e3o vai receber olhares feios se tiver a experi\u00eancia completa em p\u00fablico, do jeito tradicional e delicioso que ela merece ser!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
A nova febre que tomou conta dos restaurantes asi\u00e1ticos \u00e9 a op\u00e7\u00e3o perfeita para apostar no preparo caseiro e se aquecer nesse inverno! Sucesso no mundo todo, o lamen \u00e9 a tradi\u00e7\u00e3o da culin\u00e1ria asi\u00e1tica que agora \u00e9 sensa\u00e7\u00e3o no Brasil. Em pouco tempo, a moda deu caldo em cidades como S\u00e3o Paulo e in\u00fameras […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":2953,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[1,29],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2951"}],"collection":[{"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=2951"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2951\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":2954,"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/2951\/revisions\/2954"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2953"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=2951"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=2951"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/blogsakura.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=2951"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}