27 Apr 2021
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Conheça as origens e o que vai nesta refeição completa e equilibrada dos japoneses
No menu de restaurantes e cafeterias do Japão, é comum encontrar uma opção barata e nutritiva que reúne os pratos preferidos do dia a dia dos japoneses em uma só pedida. Estamos falando do teishoku, traduzido literalmente como “refeição completa”.
Em geral, esse tipo de refeição costuma combinar um pouco de arroz, sopa, vegetais e proteína. Por isso, o prato é comparado ao prato feito do brasileiro, carinhosamente chamado de pê-efe (PF).
O teishoku surgiu a partir de uma refeição comum nos templos budistas do século 12, chamada “ichiju-issai”. Simples e equilibrada, ela consistia em um prato de sopa e um acompanhamento. Dali, o conceito se expandiu pelo Japão e deu origem ao formato conhecido hoje em dia.
Na montagem tradicional de um teishoku não podem faltar arroz (gohan), sopa de missô (missoshiru) e conserva de vegetais (tsukemono). Para acompanhar, as opções vão de porco frito e peixe grelhado a tempurá e sashimi. Na hora de servir, tudo é levado à mesa de uma só vez.
É o famoso caldo japonês feito com tempero de soja fermentada. Excelente para auxiliar a digestão, ele é preparado com missô branco (shiro) ou vermelho (aká), tofu e caldo de peixe (dashi), podendo incluir ervas, algas e mariscos. Saiba mais e confira o preparo caseiro clicando aqui.
Em geral, o teishoku leva dois acompanhamentos à escolha. Um deles forma a parte mais substancial do prato, como a costela de porco frita e empanada (tonkatsu), o macarrão japonês (sobá), o frango frito (kara-age) ou legumes e mariscos fritos (tempurá). A opção mais popular, porém, é o salmão grelhado (yakizakana) em molho shoyu.
O acompanhamento secundário tende a ser uma alternativa mais leve, como sashimis ou saladas de raiz de bardana (kinpirá gobô), tofu amassado (shiro-ae) e alga hijiki.
Componente obrigatório do prato, os picles (tsukemono) são conservas feitas de vegetais, uma prática japonesa que perdura até hoje como tradição familiar. Veja como fazer seu próprio sunomono de pepino japonês ou rabanete em casa neste link.
Pode não parecer, mas essa é a verdadeira estrela do prato. Há milênios o arroz faz parte da dieta essencial dos japoneses e, sendo assim, um teishoku sem uma porção de arroz não é nada!
Também não é exagero dizer que o arroz é visto como a “capital das refeições” na cultura japonesa – em cidades como Kyoto, os acompanhamentos são apelidados de “arredores” (omawari). Há até quem diga que os ingredientes do teishoku são escolhidos e cozinhados especialmente para ficarem mais gostosos quando comidos com arroz.
Clique aqui para aprender o preparo do arroz japonês.
A composição do teishoku é um ótimo exemplo de como a culinária no Japão oferece um equilíbrio perfeito de macro nutrientes.
Além disso, o prato proporciona uma experiência completa ao paladar. As porções podem ser degustadas alternadamente, intercalando cada acompanhamento com um pouco de arroz. Dessa forma, consegue-se balancear os sabores salgados e adocicados e neutralizar o paladar antes de saborear o próximo preparo.
Deu para entender por que o teishoku é tão querido, né? Um prato cheio – literalmente – para quem quer comer de tudo um pouco saboreando o que a comida caseira japonesa tem de melhor!